terça-feira, 1 de setembro de 2009

Não à submissão americana

A pergunta que não quer calar: será que temos a necessidade de sempre copiarmos o modelo norte americano em tudo para conquistarmos dias melhores? Pois bem, faço a indagação para refletir sobre a viagem feita pelo ex-governador Cunha Lima aos Estados Unidos.

De volta ao Brasil, o Senhor Cunha Lima, cassado pelo TSE por conduta vedada durante as eleições, disse que foi aos States para aprimorar o Inglês, conhecer novas pessoas e também aprofundar-se no modelo americano de gestão.

Na minha opinião, o brasileiro tem mesmo é que se dedicar ao seu modelo de gestão, já que a norte americana tem se mostrado pouco eficiente em termos de qualidade de vida para suas empresas e para seus trabalhadores.

Os Estados Unidos vivem momentos de tensão social e econômica. Empresas de grande porte estão demitindo e as pessoas vivem a todo instante o medo da reedição dos ataques às torres gêmeas do Word Trade Center.

Para conhecer um pouco do modelo de gestão dos EUA não há necessidade de se deslocar ao País. Basta navegar um pouco pela Internet e constatar a ojeriza de muitas nações à intromissão americana nos assuntos internacionais.

Com 23 livros escritos e mais de 20 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo - quase 10% deles no Brasil -, o médico e filósofo indiano Deepak Chopra não precisa provar mais nada a ninguém. Radicado desde os anos 70 nos Estados Unidos - onde dirige o Chopra Center for Well Being, na Califórnia -, ele já escreveu livros com lições de vida, saúde, desenvolvimento emocional e economia para pais, filhos e executivos - dentre os quais o mais conhecido, "As Sete Leis Espirituais do Sucesso".

Sua origem indiana, formação em medicina e sucesso profissional fizeram dele o homem certo para criar uma ponte entre Ocidente e Oriente e levaram a revista "Esquire" a elegê-lo um dos dez maiores experts na maximização do potencial humano nos Estados Unidos.

Em visita ao Brasil para uma palestra no encontro empresarial "Gestão do Futuro", em Campinas, há alguns, Chopra concedeu entrevista onde mostrou sua admiração por alguns políticos brasileiros e criticou o excesso de apego dos brasileiros aos referenciais americanos.

Sobre a relação Brasil/Estados Unidos, Chopra disse o seguinte: Um dos traços mais fortes é que todo mundo parece tomar os Estados Unidos e os executivos americanos como modelo, o que é errado. Ignora-se aqui o fato de que muitos dos modelos de gestão implementados lá não cumpriram suas expectativas. Vou mais além: os Estados Unidos falharam como modelo de liderança no mundo globalizado. Não só no Brasil como em todo o lugar para onde viajo, os executivos tentam copiar técnicas, sistemas e idéias americanas. É preciso perceber que a América encontra-se em declínio. Os brasileiros deveriam se preocupar em ir atrás dos seus próprios modelos, como Jaime Lerner. Conheço muita gente nos Estados Unidos que copiaria o seu modelo de gestão se o conhecesse. De resto, o executivo brasileiro me parece muito hesitante, tímido, pouco confortável em revelar seus métodos e comportamentos.

Mais críticas ao modelo americano

O estilo americano de administração está descarrilado e esse é um dos problemas básicos da atual crise financeira. Com essa contundente crítica ao sistema corporativo, um dos mais conceituados pensadores da administração contemporânea, Henry Mintzberg, apresentou o tema de sua palestra no Sudeste brasileiro nos fins de 2008. O pesquisador mostrou a importância das organizações se tornarem mais humanizadas e participativas.

Professor de administração na McGill University, do Canadá, Mintzberg defende a idéia de que as organizações funcionam melhor quando reconhecem a importância das pessoas (funcionários, clientes e fornecedores) em lugar de apenas se verem como geradoras de valor aos acionistas. “Quando uma empresa começa a dispensar pessoas só porque não atingiu as cotas, está destruindo a comunidade”.

Para o pesquisador, o modelo de administração em que os números ditam todas as ações e as estratégias criam empresas não-sustentáveis.O professor defende que os atuais modelos de gestão devem ser repensados, a começar pela própria formação dos gestores. “Não se cria um administrador ou um líder na sala de aula”, diz. Sobre esse assunto, o pesquisador escreveu Managers Not MBAs, livro no qual critica a “fábrica” de administradores. Mintzberg considera que o ensino da administração enfatiza excessivamente a ciência (análises e ferramentas) e, muitas vezes, exalta a arrogância em nome da liderança. Com bom humor, resume sua idéia: “Bush fez MBA em Harvard”.

Por mais que critiquem o nosso Presidente da República, homem humilde, aqui do nosso vizinho Estado de Pernambuco, Lula tem um referencial que jamais deixaria ser jogado na lama. Jamais se permitiria abrir a boca pra dizer que foi para os Estados Unidos para conhecer o modelo de gestão de lá e depois tentar colocá-lo em prática por aqui na terra nativa. Seria uma afronta à Inteligência do povo brasileiro. Isso só pode ter saído mesmo da mente iluminada de um integrante do PSDB.

2 comentários:

Lenildo Ferreira disse...

Josué, não seja tão extremamente passional; assim já beira as raias do absurdo. TUDO que se refere aos Cunha Lima tem de encontrar oposição em você? Essa sua crítica ao modelo 'americano', ao condenar o extremismo, peca (e muitooo) em um extremismo quase Taleban, quase terrorista...

Outra coisa, grande obra esse indiano que você citou (e o fato de ter vendido milhões de livros não diz nada; podemos relacionar dezenas de idiotas que venderam mais). Só consegui ler teu artigo em A Palavra até quando você citou " As Sete Leis Espirituais do Sucesso". Daí pra frente, não daria mais...

Abraço

Anônimo disse...

Quando pensei agora sim um artigo de josué que não é sobre veneziano e nem é babando o prefeito....quando no final ele tem que dar aquela babadinha, se não babar josué o salário não sai....